com palavras tolas que não cabiam
no meu nem no coração dele.
Ainda não aprendi a lidar
com palavras-fuzis e idéias absurdas
que nos ensinam a viver.
Ainda sinto raiva besta que deveria
ser raiva inteligente contra
o situacionismo hipócrita que nos consome.
Queria sumir no mundo ou dele
mas não podia porque há filhos
e mulher que amo sem hipóteses.
Queria conversar com meu pai
que me ensinou a calma e felicidade
de viver que não aprendi a calma.
Mas não havia sonho que o fizesse raiar
para me proteger nesse momento
de não saber o que fazer. Ah! Meu pai!
Mergulhei num mundo de pedir
ajuda e eu não sabia quem me daria
ajuda de aprender a viver.
Estava num desespero danado
com vontade de morrer para sempre
mas a morte nada elimina.
Olhei pros meus livros e seus títulos
e senti vontade ígnea de ir a cabo
com teorias de causar cãibra aos neurônios.
Olhei para o crucifixo na parede
e para a bíblia na cabeceira perto
do rádio-relógio de alvor cinzento.
Olhei para todos os símbolos e conclui
que a vida é aperto de mãos e abraços
e um sorriso sem diagramas ou cálculos.
Mais do que ver do olhar que mirei
senti na retina uma brisa e depois na
pele e no coração... E finalmente adormeci.
j. a. pelegrina, 01/05/2011
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