com tinta impudica
como os imperturbáveis
glóbulos impudicos
a zanzar-me pelas veias.
Lambuzei com gosto
com resto do desgosto
com a perfídia da gramática
e a suspeita
das elipses abscônditas.
Não passarei a limpo
algaravias e tropeços
porque alguém leu
e achou que alguma árvore
desperdiçara-se em meus delírios.
Hoje extrapolo
por bits insossos
quando não me basta
dourar pílulas
ou arriscar haicais
incompreensíveis.
Queria escrever
nas folhas das árvores
com sabor, música e olor
para o arrebatamento
de passarinhos e lagartas.
Bichos não falam
comeriam as folhas
sem a quimioterapia
malfazeja
da escolha aleatória...
e toda a cadeia alimentar
fartar-se-ia
de poesia metabolizada.
j. a. pelegrina, 23/02/2011
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