E pense no que ela significa
No seu colo como vassoura
Pense no seu colo como algo
Que significasse para a vassoura
E o que significa colocar sem
Que haja momento azado
Nas asas de um vôo encalacrado.
Pense na desordem da piaçaba
Perdendo-se na chã dos tempos
Hoje de asfaltos descolados
Da natura benfazeja latinizada
Pense na desordem deificada
Nas clausuras monetárias dos anjos
Dentro de cofres esotéricos
O que significa isto para a vassoura
No seu colo ou varrendo coisas?
Mas ela no seu colo é menos
Objeto tanto e pouco de vassoura
Outros quinhentos e não aqueles
Que se quisessem objeto sem frêmitos
Pega e varre inclusive a exaustão
Além da poeira e seixos e galhos
E galhofas do seu pensamento
E folhas secas de outrora e não essas
Sadias de um verde que não se perpetua
Vassouras marchando em riste
E outras - vindas de roldão
Não para limpar o chão de um sujo incerto
Que não lhes vale a porcaria da liça
Mas um tropel leporídeo carregando
Um ovo polvoroso no dorso negro
Que um dia explodirá no colo de um incauto.
j. a. pelegrina, 06/02/2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário