sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Certos Tempos (Arco Descendente)

Eram os templos
das víboras descalças
das tarântulas em fogo
do triângulo da morte

Eram os templos
da carne posta à sorte
pela peste galopante
dalgum ser que galopava

Eram os templos
onde ali não se amava
só de gozo se morria
o guerreiro plutocrata

Eram os templos
de abóbadas purpúreas
e calçadas reluzentes
aquecendo genitálias

Eram os templos
das palavras que enganavam:
multimídia, massa, merda
lerda, lassa - ludibriavam

Eram os templos
dos pacotes - não das árvores
dos pinotes dos algozes
socorrendo condenadas

Eram os templos
dos juizes maltogados
casamentos malogrados
enlouquecendo velhos padres

Eram os templos
descaindo no espaço-
-tempo curvo do umbigo
e dos lábios que grelavam

Eram os templos
em falos formatados
que ruíam em certo tempo...
carnes, cornos, cus e ralos

j. a. pelegrina, 24/03/99

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