sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Mercadores de Idéias (Arco Descendente)

Tive uma idéia
mas ela não vale nada
não vale o que propõe
não vale o que supõe
vale quanto pesa seu dono
frugal de dar dó
de valer-se da fome
e do pensar

Se eu fosse
Pedro Honório Duarte
mercador de idéias
de fazer Ciência e Arte
vulgo PHD...
nas cercanias da academia
fazendo arte na voz da mãe
Mas, não...

Meus corolários
são dedutivos demais
para a modernosa intelligentsia

Minhas premissas
musgo ordinário
esquecido nos idos de Aristóteles
sabe a realidade

Realidade é coisa que dói
e dá pouco dinheiro
porque não há quem a queira
de tão virgem
de eletrodos, bits e papéis

E os mercadores de idéias
não perdem tempo, não!

Os mercadores de idéias
sabem do desejo
sabem criar desejos e sonhos
cunhar moedas de pesadelos
trocadas
nos balcões de lenitivos
da botica do Senhor PHD

E a ironia come solta, velho
porque sustentar diálogo
não é pra qualquer pensante
mal sabedor do querer
do seu e do alheio em algures

O bom pensador
não teme do pensar alheio
o visgo e a fisga
- suporta riqueza e brisa

Sustentar diálogo
é amar ciência e arte
técnica e religião
é amar a inteligência coletiva
e o estertor individual
é amar-se a si e o alheio
como quem veio
para compreender
a arte
de ser
ego
e...

a arte
de ser
alter.



j. a. pelegrina, 18/08/2010

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