sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Madrugada em Sampa (Arco Descendente)

Essas ruas têm noites
Sorrisos e choros
Essas ruas têm moitas
De concreto e de ouro
Essas ruas que são
Liberdade e prisão
Multidão e saudade
Deus não pisa não

Essas ruas que têm
Ladrões de verdade
Essas ruas que são
Toda uma eternidade
Essas ruas se acabam
Logo pela manhã
Com restos que nem
O diabo abocanha

Essas ruas são frutos
De muitas paixões
Essas ruas têm vultos
E têm emboscadas
Essas ruas também
Têm nós e gravatas
Que deus não desata
E o diabo detesta

Essas ruas por fim
É sampa no avesso
Essas ruas no mapa
Têm dois endereços
Essas ruas são feitas
De grana e carne
Tanto a servir
Que “Deus & Diabo”
Não arrisca invadir.

j. a. pelegrina, 05.11.98.

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